Quantas vezes você já esqueceu a luz de casa acesa ou lembrou de ter deixado a janela aberta quando começou a chover?
Várias, aposto! E não é nada legal, né? Para a nossa sorte, hoje já é possível resolver esses e outros muitos problemas à distância. Basta um comando e você se comunica até com a sua geladeira para saber se deve passar no mercado antes de voltar para casa. As possibilidades são infinitas e um grande espaço se abre tanto para quem tem interesse pela criação de novas soluções quanto para quem pensa em novos negócios que possam surgir por conta da automação.
Uma das formas de criar essa automação para objetos do dia a dia, é trabalhar com ferramentas de programação como o Node-RED, que conecta um dispositivo de hardware, como o Arduíno com APIs e serviços on-line. Essa ferramenta, baseada em navegador, tem uma interface tão user-friendly que permite execução de tarefas com apenas um clique.
No fim de semana passado, rolou um evento de Node-RED organizado pelo grupo THT (Things Hacker Team) num espaço cedido pela IBM . Nosso Juster, Daniel Santos, mais conhecido como Apache, esteve lá para conferir e agora divide aqui seus aprendizados e sua visão sobre o evento e a Internet das Coisas. Segue a entrevista:
Como foi o evento de Node-RED? O que você precisou levar para participar?
O evento foi muito bom. Cheguei lá só com o meu notebook e os caras do THT me emprestaram as coisas para eu ir brincando e testando, dentre elas um Arduino Mega Atmega 2560 R3 e um sensor de som.
Legal! E o que deu para fazer com isso?
A primeira coisa que eu fiz foi um listener em uma hashtag específica usando o módulo padrão do Node-RED para o Twitter. Quando alguém tuitava usando a hashtag #tht, eu mandava uma mensagem para o Arduíno, passando o pino onde estava meu sensor de som e ele apitava. Depois, usando a mesma placa e sensor, fiz uma aplicação de monitoramento tosca, rs,que fazia um request em uma url específica que verificava o status retornado. Se fosse diferente de 200, por exemplo, ele mandava uma mensagem para o Arduíno, no pino do meu sensor de som.
O que você viu de mais interessante no evento?
De primeira, a receptividade do pessoal. Como eu disse, até me emprestaram os equipamentos! Além disso, eu não conhecia nada de sistemas embarcados , mas sempre me interessei. Na primeira vez brincando com isso consegui fazer alguma coisa que, apesar de tosca, futuramente pode ser útil. Foi bem legal. O Node-RED ajudou muito nessa curva, você não precisa conhecer muito da linguagem que o Arduíno usa, ele abstrai tudo isso pra você (claro que é sempre bom ter esse conhecimento).
O evento abriu minha cabeça para fazer coisas novas, como como automatizar algumas coisas na minha casa usando essas plaquinhas, sensores de presença, nível de água etc. Até já comprei minhas placas!
Você acha que tecnologias como o Arduíno e Node-RED e a chamada Internet das coisas estão promovendo uma nova revolução, com pessoas criando e compartilhando soluções mais personalizadas e criativas para o dia a dia?
Sim! Não tenho dúvidas. Automação é o presente e o futuro. Imagine se você tem um filho pequeno e coloca ele para dormir no berço. Se no berço tiver um sensor de movimento e de captação de som, você pode criar uma lógica para acender a luz do quarto, avisar aos pais ou ligar uma música baixa como alerta. São implementações caso a caso e usando essas tecnologias como o Node-RED, por exemplo, são tranquilas de se implementar. O Node-RED possui milhares de módulos e integrações com outros serviços e também te dá a possibilidade de você criar a sua.
E quem tem interesse de participar de eventos como esse, como faz?
Para participar é sempre bom ficar de olho no https://www.meetup.com. O meetup virou o centralizador de diversos encontros, não só de tecnologia, e o mais legal é que geralmente os eventos são de graça. Os do grupo THT, por exemplo, qualquer pessoa pode participar.
E as empresas que queiram hospedar o evento?
Para hospedar um evento como esse é preciso se integrar com as pessoas que os organizam, mostrar o interesse em sediar e ajudar no que for preciso para o evento acontecer.
Aqui na Just, estamos com a ideia de receber o pessoal do PHPSP para sediar uma edição do PHPSP + Talks. Vamos tentar também trazer o Laravel SP, e, se possível, porque não o THT (Things Hacker Team)?